sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ADÉLIA NICOLETE


“Não me espanto com mais nada, mas ainda conservo a capacidade de me indignar”.
Ouvi essa frase de um ativista político nos anos 1980. De algum modo ela ficou estampada em mim e retorna sempre que algum fato - como esse da ELT – ocorre.
Não me espanta mais que as legendas mudem e com elas as cores da cidade. Não me espanta que médicos mandem cortar árvores, que políticos contratem familiares e amigos, que presidentes apóiem senadores notadamente corruptos. Não me espanta que nulidades triunfem, que a torto e a direito sejam feitos pactos de mediocridade. Ah! Mas como me sinto indignada até a náusea!
E como indignação passiva é, de certa forma, conivência, posto aqui meu apoio ao Movimento que visa repensar os rumos da Escola Livre de Teatro de Santo André numa administração política diferente da que a criou. Sem pactos, sem concessões vergonhosas, mas com um diálogo capaz de manter a Escola viva, produtiva, coerente com seus princípios e, acima de tudo, com atuação engajada criativa e ideologicamente com os tempos que correm, com o mundo lá fora, com as urgências todas da vida.
A Escola não é de uns ou de outros, é da Cidade. Ela tem um ideário e um perfil que fizeram dela referência em todo país. Centros e Escolas foram criados nos moldes da ELT e é preciso que continue assim, que cresça ainda mais. Contra o sucateamento, o barateamento, a mediocridade, indignemo-nos!

Adélia Nicolete


Professora, dramaturga, ex-aluna da ELT

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